segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Memórias da Sauna Finlandesa - Marcelo Mirisola






Amanhã, dia 23, no espaço Parlapatões (Pça. Roosevelt) terá o lançamento do novo livro do escritor Marcelo Mirisola. Vale a pena conferir.

Hoje, dia 22, terminei de reler o Memórias da Sauna Finlandesa, e digo o seguinte:

No começo estranhei, não parecia nada com o MM que eu conheci quando tava nos bons tempos do segundo colegial há cinquantanatanos atrás.

Me senti um pouco mais tranqüilo sabendo que os azulejos ainda estão lá, as musas, os porres, alguns em terceira pessoa até. Dedos dos pés foram devidamente chupados, Gessys foram cavalgadas, o Fábio Jr., Ivete Sangalo, Vinicius de Moraes e mais um monte de gente, foram, cada um à sua maneira, lembrados.

(Por sinal, estranhei a ausência do Piazzola, mas tudo bem).

No entanto referências à barbichas grisalhas, amor paternal por garotinhas e bolas de sabão imediatamente criaram um rombo na minha retina. MM trocara os quartos de empregada, azulejos (lembranças distantes) e garotinhas recheadas de alucinógenos para freqüentar as praias da Cidade Maravilhosa, carrega compras, desabafar com garçons.

MM se tornou um ser humano como eu. Um romântico!

Sensação engraçada, coisas de identificação.

Mais estranho ainda é que geralmente quando termino os livros do Marcelo Mirisola me sinto mais leve, como se um peso fosse tirado das minhas costas. Quando sento para escrever, não raro, pego na estante um de seus livros, leio, me inspiro e solto o verbo. Os dedos parecem metralhadoras em estado de graça, devidamente calibrados de inspiração. Mas esse Saunas, quando terminei (em qualquer uma das duas vezes), me deu um vazio; fiquei reflexivo e entrei emalfa encarando os chimpanzés da capa. Achei um deles bem parecido comigo.

Uma segunda identificação.

Depois de horas de reflexão, concluí que Marcelo Mirisola, que fazia muito bem às vezes de atirador de elite, tem uma nova arma, talvez a mais poderosa de todas: ele atinge os intestinos, os estômagos, a gut, como dizem os americanos. Antes, ao meu ver, havia uma troca de tiros entre o escritor e o leitor; trocavam farpas e cada um caía para seu lado. Agora, o escritor desarma o leitor que não tem opção senão se render, ficar escravo das linhas, das palavras, sentindo até compaixão e carinho pelo personagem (é mole?).

Fecho o livro com as entranhas apertadas, espremidas. Penso comigo que talvez essa sensação seja como uma ressaca, que para melhorar é preciso beber mais. Vamos lá, do começo, primeira parte, sobre os ombros dourados da felicidade...

Assim, para concluir deixo apenas uma ressalva: cuidado com esse livro, é altamente viciante. Seja pela linguagem, pela lucidez ou por simplesmente parecer que somos nós que estamos na mão do escritor.

Divirtam-se.


Novidades- Andanças

Nesse tempo em que não coloquei nada aqui, tive a sorte de ter contos meus circulando por outras vias.
Meu nome figurou para minha felicidade, dos meus amigos e parentes, na antologia organizada denominada Universo Paulistano II. O conto Mariana foi selecionado e está lá, na página 115 para meu orgulho.
Além disso, o mesmo conto - Mariana - foi está entre os concorrentes para figurar na Revista Ficções nº 19. Obtive boas reviews e parece que o pessoal gostou. Saberei se figurará na revista impressa lá pra março apenas. Mas foi uma excelente experiência.
Por fim, para fechar com chave de ouro, meu conto chamado "Acidentes" foi publicado no blog literário O Bule. Só de ter meu nome entre consagrados da literatura foi surreal. Agradeço ao pessoal que comentou e me deu força pra continuar.
Qual o próximo passo? Não sei. Pretendo continuar escrevendo; quero arriscar coisas novas e ver no que vai dar.
Um grande abraço.
R.B.