Eu quero me afogar nos teus braços,
me abalroar nas tuas costas,
despencar da tua nuca,
para todas as tuas cartas chorarem de saudade e amor:
E agora? O que será de mim?
Lá na rua um filhote grita porque não quer morrer.
Não tem muitos meses de vida, é marrom, é branco, é negro, é abandono
e não quer morrer.
E agora? O que será de mim?
O telefone é uma ponte invisível de distâncias,
as manchas do céu avisam que ele não está de brincadeira,
nem os gatos na rua, nem as calçadas, nem as palavras adormecidas.
A saudade que eu sinto é um filhote,
que grita porque não quer morrer.
R.B.
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