Hoje no blog do Álvaro Alves de Faria tem um post falando de um acidente ocorrido ontem na Av. Paulista, às 22 horas, entre uma mulher num carro e um ciclista. O post está nesse link
http://blogs.jovempan.uol.com.br/poeta/geral/a-moca-do-carro-destruido-na-paulista/
Tentando afastar meus medos, meus traumas, meus fantasmas, escrevi esse poema, ou seja lá o que for.
AV. PAULISTA
Eu tenho medo dessa Paulista,
toda hora,todo dia.
Minha mulher vive zanzando por aí,
eu vivo zanzando por aí,
com medo,
mas zanzar é preciso,
viver não é preciso.
Eu não ando de bicicleta,
minha mulher também não,
mas mesmo à pé,
na Paulista a qualquer hora do dia,
tenho medo,
justamente por que alguém pode me jogar
na altura dum vigésimo quarto andar,
seguir seu caminho e deixar
minha mãe em casa se perguntando
por que é que ainda não liguei.
E ninguém vai falar nada,
e os coitadinhos
os culpados
mudam de cara,
à pé,
ou de bicicleta,
ou de carro,
ou de helicóptero.
Dependendo da hora
todo mundo é coitadinho
e a gente continua andando,
com medo,na Paulista de todo lugar.
Tentando se proteger, 17 de maio de 2010
R.B.
Um comentário:
Não vá desenvolver uma síndrome do pânico, hein Andrezão! Brincadeira... rsrsrsrsrs Belo poema! Abraços!
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