IV - Um breve comentário sobre o destino
Destino é algo que se associa aos líquidos dos seres disfarçados de "minha senhora" e, sobretudo, o destino contabiliza o número de fraldas cagadas e a assimilação do senhor bigode frente a este ou aquele outro estado de coisas medíocres e promoções "imperdíveis" nos fast-foods da vida. No meu caso as coisas começaram a mudar quando resolvi, livre e independente do bigode, que o filho da Cris era veado. Depois mandei o casal Duarte para as profundezas do inferno. O japonês nunca irá me entender. Que se foda o japonês (a propósito, que se foda o japonês novamente). Para entender a idéia do destino na vida de um sujeito como eu, levado a contragosto, é preciso entender que sem a porra da grana para conduzi-lo não dá para sequer conjeturar de um dia ter um bigode. Trata-se de uma impostura, dr. Galeano. Eu me sinto objetivamente enganado. Não tenho um bigodinho que me sirva ao deboche. Onde está minha senhora? As crianças? A Marajó 85? A felicidade que eu faço questão de esculhambar? A minha felicidade? Foi por querer apenas um bigodinho que eu sofri mais do que todas as fraldas cagadas na subida da serra. Lá do alto, as crianças. Ao fundo a baixada Santista, coberta de neblina.
(Adeus Rua Butantã!. Fátima fez os pés para mostrar na choperia. Marcelo Mirisola. Ed. Estação Liberdade)
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