quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Eu te espero

Eu te espero,
Ainda que demore,
Que chova e o vento destelhe as casas,
Que os cães e eu fiquemos sem abrigo.

Eu te espero,
Ainda que esteja cansada demais para um carinho,
Que te bastam a sopa, a cama, o sono atrasado de noites em claro.

Eu te espero,
Ainda que o tempo não passe,
Que sejam dez para as onze para sempre,

Ainda que ele decida passar rápido demais
a ponto de esquecer que nem sempre fui careca e barrigudo.

Eu te espero,
Ainda que sem assunto,
Ainda que no mundo toda notícia que sucedeu teu nascimento seja enfadonha,
Ainda que não tenha o futebol,
Ainda que subam os juros,
façam-se novas leis e festas,
Ainda que insistam nas tragédias,
e haja poesia por demais esquecida.

Ainda que seja primavera,
Eu te espero,
Porque sem você,
A vida é só uma tela em branco.

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