quinta-feira, 23 de junho de 2011

Para um filhote cheio de vida

Eu quero me afogar nos teus braços,
me abalroar nas tuas costas,
despencar da tua nuca,
para todas as tuas cartas chorarem de saudade e amor:

E agora? O que será de mim?

Lá na rua um filhote grita porque não quer morrer.
Não tem muitos meses de vida, é marrom, é branco, é negro, é abandono
e não quer morrer.

E agora? O que será de mim?

O telefone é uma ponte invisível de distâncias,
as manchas do céu avisam que ele não está de brincadeira,
nem os gatos na rua, nem as calçadas, nem as palavras adormecidas.

A saudade que eu sinto é um filhote,
que grita porque não quer morrer.

R.B.

Nenhum comentário: