segunda-feira, 20 de junho de 2011

Quintal



Os teus dedos fazem melodia, tocam música na curva das costas da noite; as pelúcias reclamam do frio e do sono, apoio meu queixo na sua coxa pra te ver dormir: sonos interrompidos pela curiosidade dos raios de sol, que não respeitam mais os limites das tuas pernas. Tosses, tosses, o retorno.
Tosses, tosses, o retorno.
O mundo cronometrando os sinais da sala de estar das varandas dos bocejos, das frases longas, que não caminham na ponta da tua lingua e somem, enquanto pequenas palavras
amor
não dormem nunca.
Fantasmas balançam meu berço de nuvem, mas apenas finjo dormir. Penso em como poemizar nossa história, surrealizar nossos feitos, tatuar teu cheiro e fazer com que nossos medos se aquietem num canto qualquer do quintal.

R.B.
madrugada de 18 de junho de 2011

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