domingo, 26 de junho de 2011

A solidão do mundo

A solidão do mundo se esconde nas dobras do meu braço,
A solidão do mundo se esconde nas dobras do meu braço,
A solidão do mundo se esconde nas dobras do meu braço.

Quero queimar todos os meus livros com o fogo da tua boca.
E de suas cinzas fazer um para para navegar,
e com seus personagens desfrutar um banquete derradeiro
com a lua milanesa e terra frita.

Os beats não irão embora nunca, querem conhecer Rimbaud da prateleira de baixo enquanto é tempo.
Os franceses não fazem nada para estancar as labaredas, apenas riem de mim,
com seus dedos me pregando na parede.
Os poetas seguem em fila com suas obras completas dentro de si.

Depois me livrarei dos discos, da guitarra, do violão, dos gringos, do Chico,
vou despojar de mim mesmo e correr o risco da nudez,
correr o risco da mudez,
que todas as as vozes pregadas nos edifícios,
que todos os balanços que se movem sem explicação,
que todos os arrepios, todos os calafrios,
que todos os suspiros de amor
são meus. Sou eu.

A solidão do mundo se esconde nas dobras do meu braço.
A solidão do mundo
se esconde
nas dobras
do meu braço.

R.B.

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